segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

19/10/07 – Cayenne

A manhã começou com comemoração atrasada do aniversário da Simone e logo em seguida fomos eu, Alexandre, Alex e Kátia para a cidade com Michelle. O centro urbano de Cayenne fica um pouco distante de onde estamos, Degras des Cannes. Percorremos o caminho por vias estreitas, cercadas por vegetação tropical (pude identificar também coqueiros, carnaubeiras, fruta-pão, mangueiras), com um calor úmido enlouquecedor, a bordo de um jipe Pajero caindo aos pedaços, remendado com durepox e certamente sem amortecedor (ficou claro ao passarmos com toda velocidade pelos buracos)...dei-me conta que eu estava em um desses filmes de aventura passados na América Latina, tipo “Tudo Por uma Esmeralda”! Hahaha. Ao chegar nos deparamos com uma vila de construções de estilo europeu. A população é em sua maioria negra, mas também há muitos brancos, franceses, pelas ruas, além de um considerável número de estrangeiros, entre os quais muitos chineses. De um deles era o cyber que fomos para uma olhada rápida nos e-mails, sofrendo com o teclado francês e os programas bilingues, francês e chinês. Em seguida, almoçamos em um restaurante charmoso, legal, mas nada muito caro, afinal, pagamos em euro. E para os apreciadores, o preço da cerveja é bem salgado. Uma long neck Heinekken custa € 3,50 em qualquer lugar! Um verdadeiro incentivo a abstemia.rsrsrs
Depois fomos ao mercado fazer compras e ali, novas surpresas. Um pacote com dois pés de alface custa os mesmos € 2,50 que um tinto Côte du Rhone (Sirah)!! Aqui facilmente encontramos delícias como queijos diversos, massinhas de crepe, patê de foie gras, vinhos, biscoitos a preços bem acessíveis, o que não se pode dizer das verduras e frutas frescas. E no mercado, os produtos ficavam em caixas, como em um depósito, algo parecido com o Makro, mas em bem menores proporções.
Também compramos placas de alumínio para o reforço da plataforma da Meditation para o conserto amanhã.A noite, enquanto tomávamos um pouco de vinho, descobrimos que estávamos sem água no tanque, sem causa aparente...mas uma coisinha pra resolver...


A estrada que nos levou a cidade

Paisagens de ruas em Cayenne



Nós no cyber franco-chinês

Mais uma paisagem urbana

Nós no restaurante

Ainda no restaurante

O flagra registrado pela Kátia na hora da foto...

...E a foto, na frente da Suprema Corte

Palmeiras em uma praça da cidade

Fazendo as compras para o barco

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

18/10/07 – Cayenne

Imagens de nossa chegada em Cayenne






Chegamos às 06:00h em Cayenne. Mais uma vez, uma magnífica entrada...luz perfeita, acolhedora, águas calmas do rio, um pequeno e charmoso pier, vegetação vasta nos cercando. Ainda distantes, vimos que os veleiros dos nossos amigos do Marina Park em Fortaleza, os casais franceses Armand e Cécile e Gerald e Claudine, estão aqui. Mais tarde os veremos. Sem demora, ao som da rádio local (tocando uma mistura inusitada de ritmos, como reggae caribenho, músicas antigas francesas e religiosas espanholas) e vendo passar senhoras francesas, todas de chapéu, remando em um caiaque, começamos a arrumação do barco, enquanto Alexandre descansava depois do trabalho da chegada. Não demorou muito e Michelle, nossa recepcionista contratada pelo dono dos barcos, entrou em contato e nos avisou para atracar no porto; o abastecimento de água e diesel já estava a caminho.

E lá fomos nós para o porto. Alexandre, depois de tentar se fazer entender em inglês fluente e arranhar algumas palavrinhas em francês, foi surpreendido por um amistoso “Bom dia! Posso ajudar?” em bom português, do motorista do caminhão de combustível, brasileiro do Amapá, que veio para a Guiana ainda menino e se chama Wagner. Tudo facilitado, estabelecido o que tínhamos que fazer, Alexandre seguiu com Alex, os capitães, e foram fazer o procedimento de entrada na marinha. Nós então começamos a fazer o abastecimento, com muita atenção, já que tínhamos que controlar a quantidade certa de combustível em cada tanque, inclusive os externos. Também, precisávamos cuidar para que não caisse água nos tanques de diesel. E isso seria fácil, se não fosse a vazão da água que saía da mangueira do porto. Explodiu pela boca do tanque, Fernando não conseguia controlar e até conseguir dizer para o funcionário desligar e tentar diminuir a pressão, estávamos todos ensopados e o deck do barco coberto de água! Então aproveitamos para lavar a roupa acumulada, principalmente os lençóis da cabine de proa, e lavar o barco, como há muito não fazíamos. E toda essa água e sabão criaram a condição perfeita para...minha primeira queda a bordo!!!!! Até que demorou! Escorrequei no degrau mais alto do deck e fui caindo de bunda, rapidamente, degrau por degrau, até a plataforma!! Hahahahaha Os meninos só escutaram o barulho, quando viram eu já estava em pé, morrendo de rir!! E rindo comigo, todos os franceses do porto! Ainda bem que não eram tantos! hahaha
Feito o abastecimento, voltamos ao nosso ponto de ancoragem e depois de um tempo, o calor, que tinha sido amenizado com a enxurrada d`àgua, voltou a incomodar. Tudão, que não perde uma oportunidade de mergulhar, jogou-se na água para ver o estado da plataforma e seguindo ele, Alex, Kátia e eu. O rio estava com pouca corrente e o banho foi maravilhoso. Depois disso, o cansaço a todos abateu. A noite, uma surpresinha um tanto desagradável: moscas nativas e marimbondos a bordo. Depois de uma seção extermínio, finalmente fiz o bolo de Simone, com direito a cobertura e tudo! Mas a comemoração ficou pra amanhã, o cansaço nos venceu e fomos dormir cedo.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

17/10/07 Soure – Cayenne

Dia tranqüilo, mar tranqüilo. A cor da água aqui, perto da costa do Amapá, é mais barrenta, diferente daquele azul maravilhoso de antes. Diante da calmaria, náo nos resta muito a fazer entre um turno ou outro senão relaxar. Estudei (matérias relativas ao mar), ouvi música (é uma constante no barco, merece um comentário a parte), assisti a um filme no DVD e até bati o bolo de Simone (com massa semi pronta, não exijam tanto de mim!). No entanto, estamos no mar, não esqueçamos, e qualquer atividade por mais simples que pareça, sempre dá mais trabalho. E o leve balançar das ondas, fez a massa do bolo correr toda para um único lado da assadeira, assando metade e queimando a outra!! Então, nova tentativa para amanhã.
No fim da tarde, eu e Alexandre para relaxar e combater o tédio, fomos para a proa tomar sol, no meio do oceano imenso, uma delícia! Mas não demoramos muito, afinal, estamos nas imediações da linha do Equador, onde a radiação solar é muito intensa.
E assim seguimos preguiçosamente, alternando nossos turnos e esperando chegar até Cayenne.
Por volta da meia-noite, deixamos as águas brasileiras...até logo Brasil!

16/10/07 – Soure – Cayenne

Deixamos Soure às 10:15h, rumo a Cayenne, na Guiana Francesa. São aproximadamente 500 milhas, o trecho mais longo da viagem, com duração prevista de 48h. Ao saírmos do rio e encontrarmos o mar, uma certa preocupação com a plataforma de popa, que quebrou há alguns meses, no percurso entre Salvador e Maceió e causou sérios problemas. Um reforço de fibra de vidro foi feito em Fortaleza, mas soltou ontem em Soure, durante a cheia da maré. Exige especial atenção porque, mesmo entrando pouca água e a bomba retirando, o dano na fibra pode vir a aumentar e aí, já viu. No entanto, não houve problemas e a plataforma agüentou firme. Outro ponto preocupante nesse trecho é a enorme quantidade de redes de pesca no início do percurso, o que exigiu muita concentração de Alexandre no comando. Ah! E pegamos muitas ondas de través (de lado) na barra, que nos sacudiram bastante (mas nada comparado a saída de São Luís) e causou nova entrada de água pela vigia da cabine de proa. E olha que eu verifiquei a borracha de vedação, fechei bem apertada (a ponto de Tudão não conseguir abrir!), mas a quantidade de água batendo é enorme! Então, desci e fiz um arremedo, colocando panos para tentar barrar a água e evitar que ela atingisse o colchão ou causasse outros danos, como da vez anterior, mas mesmo assim, ficou tudo molhado.
Diante de tudo isso, o bolo do aniversário de Simone (hoje), que eu fiquei de fazer, ficou para depois. Pena!
Depois de aproximadamente umas cinco horas, pegamos novamente o mar de popa e o balanço diminuiu.
Imagens da saída de Soure






Às 17:00h (hora de Soure) atravessamos a linha do Equador!!!! Agora estamos no hemisfério norte. Momento de descontração nessa hora. Brincamos, tiramos foto, falamos com a Bebo pelo rádio...lá teve até brinde com champanhe!! Nós brindamos com um bom cafezinho brasileiro. Pois é...cada vez mais próximos do Caribe...

Abaixo, quase chegando na linha do Equador...

Olha a linha ali! Vocês estão vendo?

Na hora H o foco falhou, acreditam?! rsrss


Mas aí está, logo depois

Nosso posicionamento


P.S. Momento informação inútil: Sabiam que no hemisfério norte a água no ralo roda para o lado contrário? Pois é! No entanto, não pudemos confirmar isso, porque o movimento do mar não nos permite saber ao certo pra onde estava girando. Ou será porque aqui, tão próximo à linha do Equador, as coisas ficam um pouco confusas?! hahaha

Fotos de Soure - Ilha do Marajó - PA

Os pássaros locais, nossos vizinhos




Festival de cores no fim de tarde



Eu acompanhando o espetáculo do sol e dos pássaros!

Trabalhando no abastecimento de água


Hora do descanso...



Paisagens locais...





Os interessantes barcos da região





Búfalos...

Búfalos...
Búfalos...
e mais búfalos na Ilha do Marajó!