sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Oi gente! Tenho milhões de novidades para postar! Neste momento estou em um cyber em Cayenne, Guiana Francesa, sofrendo com o teclado frances e sem muito tempo, muito trabalho pra fazer, compras, consertinhos no barco, etc. Mas assim que tiver oportunidade, trarei muitas fotos e relatos. Adorei os e-mails e comentarios que recebi, fiquei emocionada. Obrigada a todos, de coraçao. Beijo enorme!

domingo, 7 de outubro de 2007

A viagem começou!!!!!


Finalmente, começamos a navegar!! Saímos de Fortaleza às 10:00h do dia 04, com o tempo agradável, o céu um pouco encoberto e um ventinho mais frio que de costume. Os primeiros momentos da navegada foram de pura empolgação, não sabia nem onde preferia ficar. Acabei optando pelo lado esquerdo do barco (ops! bombordo!), onde poderia ver Fortaleza ficando para trás e o mar nos esperando à frente, algo como contemplar passado e futuro (Ih...acho que estou meio sentimental! rsrs).
Tchau Marina Park!!

No primeiro dia viemos margeando a costa e passamos por lugares lindos como Cumbuco, Paracuru, Mundaú. Comecinho da noite cruzamos a ponta de Jericoacoara.

Abaixo, imagens de Cumbuco e Paracuru.



De início, muitos aprendizados. Primeiro, como andar no barco: devemos sempre buscar apoio firme para as mãos e andamos como bêbados, com as pernas em A, para garantir maior equilíbrio. Quem já andou em pé em ônibus vazio com motorista apressado sabe mais ou menos como é. Outra: todo cuidado ao abrir armários e geladeiras, já que por mais cautela que se tenha ao arrumar, pondo E.V.A. embaixo para não escorregar, sempre pode cair algo. Até por isso, vidros, quando não puderem ser evitados, sempre devem estar na parte de baixo.

Ah! E quanto ao enjôo?! Não senti nada! Só às vezes ficava um pouco mareada quando descia para as cabines. É o pior lugar para ficar, perde-se a perspectiva do horizonte e fica-se tonto. E justamente por estar tão disposta, fiz uma porção de coisas. Preparei o almoço (microondas no primeiro dia e macarronada, com direito a água fervente, no segundo), lavei louça, fiz café (de verdade, não o solúvel). Parece simples, mas não é bem assim. Nosso fogão é um tampo de vidro sem prendedor de panelas, o que significa ficar segurando a chaleira enquanto esquenta e depois ela, a garrafa e o coador, confiando nas pernas para dar equilíbrio. Também li, escutei música. Por sinal, ouvir Rolling Stones no fly bridge (parte de cima), tendo o mar a frente e sentindo a lancha surfar nas ondas não tem preço!! É incrível como coisas simples do dia-a-dia ganham outros contornos no mar. De noite, depois do banho, fui para o meu primeiro e pequeno turno no comando (das 22:00h às 23:00h). Breu total lá fora, aquele medinho básico. Olhos fitados no radar e no mar. Nessa região sempre aparecem jangadas, pequenos barcos e redes de pesca, que o radar não detecta. Por isso, Alexandre alterou um pouco a rota e fomos mais mar adentro, para livrarmos o risco, o que aliviou bastante minha responsabilidade. Depois disso, os rapazes assumiram o comando e só no dia seguinte, quando acordei, vi que estavámos longe da costa, com mar por todos os lados, a 25 milhas de distância (aproximadamente 50 km).

Abaixo, um desses barquinhos solitários soltos no mar.

Como estavam todos cansados fiquei eu no comando, quando tive meu primeiro susto, ao avistar um barquinho longe na nossa frente e foram surgindo manzuás (armadilhas de lagosta) para todos os lados, que nos obrigam a desviar porque podem enroscar na hélice do barco. Chamei Alexandre que antes de chegar, já me disse pra tirar o barco do piloto automático, desviar e reativá-lo. Assim fiz, pela primeira vez peguei na roda do leme pra manejar o barco com o coração aos pulos. Só que Alexandre esqueceu de me dizer que antes de religar o piloto, deveria voltar a rota inicial. E assim, também pela primeira vez tirei o barco do rumo! hahahaha Mas, erro percebido, erro consertado, ele veio em meu socorro e aprendi mais uma coisinha. E completando essa manhã sem igual, recebemos visitas! Golfinhos! Seguiram a lancha, passaram por baixo, pularam bem pertinho de mim, um espetáculo! Eu parecia criança, deslumbrada com o momento! Aliás, tudo tem me posto em polvorosa! A cor do mar a essa distância é fantástica! Um azul profundo, límpido, indescritível!



Aí embaixo, eu e Tudão esperando os golfinhos.


Chegamos a São Luís às 23:00h do dia 06, mortos de cansados após 37 horas de viagem. Como estamos no Porto do Itaqui e a maré varia muito, ficamos na âncora e não no cais, junto com as lanchas da praticagem, Polícia Federal, Receita. Sair do barco, só de bote. Agora, é aguardar o abastecimento, resolver alguns probleminhas mecânicos e seguir viagem.

Mais fotos...